9 de maio

Test_Kwaliteit-Remvloeistof_Eurol-Kenniscentrum

Como pode medir-se a qualidade dos fluidos de travões?

A utilização de fluidos de travões de boa qualidade é de extrema importância. Para determinar a sua qualidade, existem vários dispositivos práticos no mercado que oferecem informações sobre o ponto de ebulição e o teor de humidade dos fluidos de travões DOT 3, DOT 4 e DOT 5.1. No entanto, como a fiabilidade destes dispositivos é frequentemente questionada, a Eurol submeteu vários deles a uma série de testes.

De forma geral, o ponto de ebulição de um fluido de travões é considerado um indicador importante da sua qualidade. Fluidos com um ponto de ebulição demasiado baixo podem comprometer o desempenho da travagem, especialmente em travagens intensas ou prolongadas. Quanto mais humidade o fluido absorve, mais baixo se torna o seu ponto de ebulição. Os fluidos de travões são higroscópicos, o que significa que absorvem humidade do ar ambiente.

Três medidores de condutividade

Um dos métodos mais comuns de medição é a utilização de uma caneta de teste, que mede a condutividade elétrica do fluido e a converte em teor de humidade. Embora este método pareça eficaz na teoria, ele parte do princípio de que todos os fluidos têm a mesma composição química e, por conseguinte, a mesma condutividade — o que não é verdade. A composição química pode variar entre fabricantes, o que torna os resultados muitas vezes pouco fiáveis.

Além dos dispositivos baseados em condutividade, existem também aparelhos que medem diretamente o ponto de ebulição do fluido através do aquecimento. A Eurol testou fluidos DOT 4 de diferentes marcas com dois medidores de condutividade semelhantes, e comparou os resultados com os obtidos através de um método laboratorial oficial: o método Karl Fischer (ASTM D6304).

Segundo este método, os fluidos de travões novos contêm em média 0,1% de humidade. Contudo, os medidores de condutividade apresentaram leituras divergentes, mesmo ao testar as mesmas amostras mais de uma vez. A adição de humidade às amostras também originou leituras incorretas ou inconsistentes entre os dispositivos. Em alguns casos, mesmo com 6% de humidade adicionada, os dispositivos não registaram qualquer alteração.

Dispositivo de medição do ponto de ebulição

Por fim, o fluido foi testado com um dispositivo de medição do ponto de ebulição. Este aparelho não revelou surpresas, mesmo com a adição de humidade às amostras. Mostrou que todas as amostras sem adição de humidade cumpriam a especificação DOT 4 de um ponto de ebulição mínimo de 230 °C. Além disso, o ponto de ebulição diminuiu progressivamente à medida que o teor de humidade aumentava.

Conselho da Eurol

A conclusão é clara: não se pode confiar plenamente nos dispositivos práticos. Os medidores de condutividade, como as canetas de teste, raramente fornecem uma indicação fiável do estado do fluido de travões. Confiar cegamente nestas leituras pode ser perigoso, pois uma falha na deteção do aumento de humidade pode comprometer seriamente a segurança. Com base nos resultados dos testes, a Eurol recomenda a utilização de um dispositivo de medição do ponto de ebulição — este método demonstrou ser o mais fiável.

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